terça-feira, 31 de agosto de 2010

A CRIAÇÃO DE "DEUS"

Desejo, necessidade, carência, emoções, sentimento, prazer e dor. Essas são as forças que comandam o ser humano. Elas originaram todas as criações humanas. Não importa o quão importantes ou insignificantes tenham sido essas realizações. Que necessidades e sentimentos deram origem às religiões? Várias emoções deram origem às crenças religiosas. Sem dúvida, o medo foi a emoção que mais provocou esses sentimentos no homem primitivo.

Medo da fome, de animais, de doenças, da morte e mais uma infinidade. Como o conceito de causa e efeito era mal desenvolvido nesses seres primitivos, eles atribuíam causas sobrenaturais a todos os fenômenos naturais. Como o ser humano era capaz de manipular a matéria e criar artefatos, ele calculou que o mundo era uma espécie de artefato criado por um outro ser ou seres maiores que ele, mas análogo a si próprio. E atribuiu as desgraças e felicidades que lhes aconteciam a esses seres.

Assim, explicavam os acontecimentos recorrendo a causas sobrenaturais. Tudo era explicado através de lendas e mitos. Pois tudo era causado por deuses ou demônios. Não existiam causas naturais em suas concepções. Se tinham um ferimento ou uma moléstia qualquer, não procuravam uma causa natural para os mesmos, já sabiam as causas. Os deuses ou demônios tinham sido contrariados de algum modo. A única maneira de acabar com o sofrimento era através de súplicas a esses seres sobrenaturais. Às vezes, esses deuses ou demônios exigiam sacrifícios.

E os primitivos não hesitavam em obedecer. O conceito de deuses e demônios evoluiu com o tempo, mas, no entanto, a ideia central foi passada de geração em geração. Tanto que ninguém nunca questionou ou questiona até hoje essas ideias. Ideias desenvolvidas pelo homem primitivo. Geradas principalmente pelo medo.

Logo alguns perceberam que esses deuses e demônios podiam ser usados de modo lucrativo. Através deles o povo podia ser levado à obediência. Mães e pais começaram a propagar esse tipo de crença e a gerar demônios aos montes, afinal, é mais fácil controlar uma criança pelo medo do que pela razão. Tanto que, até hoje, existem mais demônios que deuses. A criança ficava mais fácil de ser manipulada se tivesse medo do bicho papão e de todos os tipos de monstros que pudessem imaginar.

Cedo surgiu uma classe de pessoas que se diziam mediadoras entre demônios e deuses e o povo. Diziam que tinham poderes especiais para aplacar a ira desses seres terríveis. Deu-se inicio aos rituais. Assim surgiu provavelmente a mágica, pois o povo precisa de um espetáculo para acreditar que alguém tem poderes especiais. E o que era uma simples mágica se tornava milagres incríveis para o cidadão comum, e dado o desejo de impressionar que motiva a maioria dos humanos, esses truques se tornavam milagres cada vez maiores de geração em geração. Nunca subestime o poder de exagerar do ser humano.

Lógico que toda tribo, todo povo, tinha um líder ou líderes. E esses líderes logo perceberam que o poder que os mediadores entre o natural e o sobrenatural tinham sobre o povo podia lhes ser muito útil. Os líderes tinham o poder da força. Podiam obrigar o povo a fazer o que quisessem. No entanto, nenhum líder quer um cidadão rebelde. Quanto mais mansos, melhores. Ao menos, mansos em relação ao líder. Seria muito mais fácil para eles que os cidadãos aceitassem obedecer de livre e espontânea vontade, e se possível ainda deveriam ficar felizes em fazer a vontade do líder. Daí surgiu um outro uso para a religião.

Quando um líder administrava mal sua tribo, logo achava um demônio ou deus que “estava” atrapalhando seus planos. E pedia aos sacerdotes que aplacassem a ira do mesmo. Afinal, eles não podiam admitir que eram incompetentes. Tudo deveria ser causado por deuses ou demônios. Não existiam causas naturais.

O povo também às vezes se rebelava por achar que o líder tinha atraído a ira de um deus ou demônio. Convinha ao líder respeitar os mediadores, pois os mesmos podiam levar o povo a crer que o único modo de melhorar as circunstâncias era eliminando o líder que tinha atraído a ira dos deuses ou demônios. Daí surgir o respeito dos líderes às autoridades eclesiásticas. O líder tinha a força como poder, mas os mediadores tinham deuses e demônios como ferramentas. E que forças terríveis elas são.

E assim o poder secular e o poder eclesiástico começaram o seu reino. E religião e política sempre andaram ligadas desde então. Um casamento duradouro. Outros fatores contribuíram para o advento da religião, é claro.

Nos baseamos nas qualidades de nossos pais e líderes para explicarmos as qualidades e defeitos de Deus. Todos os atributos, bons e ruins, vieram desse tipo de comparação. Queremos o apoio e o carinho de nossos pais, e é claro, queremos o mesmo de Deus. Agradamos nossos pais e líderes, e sendo Deus uma superautoridade, queremos agrada-lo mais ainda. Tememos nossos pais e líderes e o mesmo acontece com Deus.

Esse Deus social pune e recompensa. Apoia e auxilia. Nos conforta em tempos difíceis. Nos protege quando estamos em perigo. Esse Deus tanto pode ser pessoal, como tribal ou pode incluir até mesmo toda a raça humana. Mas ele veio de uma comparação com as autoridades em nossa vida. Daí muitas religiões pregarem que a rebeldia contra uma autoridade qualquer seja uma rebeldia contra Deus. Desobedecer ao pai seria semelhante a desobedecer a Deus. Desobedecer ao rei é desobediência à Divindade.

O medo da morte é uma outra grande motivação para as religiões. Todos morrem. Nossos pais morrem. Nossos filhos morrem. A morte está em toda parte. Para que você viva, algo tem que morrer. A morte é o preço da vida. Afinal, ninguém pode viver comendo pedras. Só seres vivos podem nos dar a energia para continuarmos vivendo.

O problema é que ninguém quer morrer. Todos se agarram à vida. É um instinto natural em todos os animais. Mesmo quando a vida é insuportável, os seres se agarram a ela. Seres humanos não poderiam escapar a esse apego ferrenho. Todos tentam preserva-la a todo custo.

Como os seres humanos são provavelmente os únicos animais a saberem que vão morrer, como essa ideia nunca os abandona, como esse medo é mórbido, a criação de um Deus não poderia ficar de fora.

Um único Deus não poderia explicar todos os fenômenos, daí todas as religiões terem demônios para explicar as coisas ruins, e daí também a ideia de um Grande Diabo. O chefão de todos os demônios. Pelo que eu saiba, nenhuma religião conseguiu escapar da criação desse ser. De algum modo, ele sempre existe.

Com o passar dos tempos, os seres humanos não se contentaram mais em simplesmente ter uma vida boa. Precisavam de algo mais. E também não suportavam a vida que levavam, pois a mesma sempre foi cheia de problemas. Tinham que defender seu conceito de Deus diante de tantas desventuras, daí o Diabo. Mas achavam que tinha que haver um plano de existência em que o Diabo não participasse, um plano perfeito, pois ninguém conseguia acreditar que essa nossa vida imperfeita fosse a única.

O ser humano começou a imaginar como seria uma vida sem a necessidade da morte. A morte, a grande destruidora. A morte, que torna todos os esforços inúteis. A morte, que sempre interrompe os planos dos mais prudentes. A onipresente morte. O ser humano tem uma imaginação estupenda. Quando concebe algo, tem o poder de criar as formas mais incríveis de realidade. E como a vaidade nos leva a nos agarrarmos a nossas ideias, e dado o fato de a ciência não existir num passado muito remoto, chegamos a acreditar veementemente em nossas ideias e imaginações. Não importando o quão sublimes ou ridículas elas fossem.

Do fato de não nos conformarmos com a morte, de desejarmos viver, não importando em que condições, surgiram todas as ideias sobre vida depois da morte. Afinal, como justificar um Deus todo bondade, se não inventarmos uma realidade em que o mal não existe? E para que Deus seja bondoso, como queremos que seja, precisamos inventar um céu. O céu é aquilo que o mundo deveria ser segundo expectativas humanas. As escrituras judaicas exemplificam bem tanto a religião do medo como a religião da moral, pois contêm ambos os fatores em seus dogmas. Deus está sempre ali tanto para punir como para recompensar, e é um moralista em todas as áreas da existência humana.

Todas as religiões tratam da moral e da ética e dos bons costumes. Mas, muitas vezes, o fato de fixarem pensamentos em forma escrita dificulta a evolução moral. Muitos acham que o que está escrito foi escrito por Deus e, portanto, é imutável. Mas o que deu origem à moral foi um fato passado que muitas vezes não existe mais. A religião moral é superior à do medo. No entanto, quase nenhuma religião contém somente um elemento, mas elementos tanto de medo como de moral. Geralmente os elementos mais avançados da sociedade seguem mais a religião da moral, e os mais atrasados a do medo.

Deus sempre é antropomórfico. Deus é sempre um homem gigantesco na maioria das religiões. Com todas as qualidades e defeitos do homem. Defeitos e qualidades ampliadas a proporções gigantescas, é claro. Isso acontece porque o homem não consegue conceber algo além daquilo que é. Ou daquilo que seus sentidos mostram.

Outros acreditam que Deus é algo inconcebível. Daí termos que acreditar pela fé ou não acreditar, pois não temos como provar a existência de tal ser. Ele está além de nossos sentidos, além do natural. Ou seja, ele é sobrenatural. Mas é impossível ao homem falar de algo que não conhece pelos sentidos. Daí usarem um palavreado incompreensível aos não iniciados.

Poucos indivíduos passam desse nível de Deus antropomórfico. Só as camadas mais avançadas da população chegam a conceber um Deus como uma força, algo totalmente diverso do ser humano. Algo transcendente. As religiões do Oriente chegaram a transferir esse pensamento para muitos dos membros da população. Mesmo assim, o povo, na sua maioria, não consegue conceber Deus como uma força. As religiões do Oriente não conseguiram passar esse pensamento nem para as camadas mais avançadas, muitos tem esse pensamento, mas a maioria ainda ora para um Deus pessoal. Parecido com ele mesmo, e a ideia de que o homem é a imagem de Deus ainda torna esse pensamento mais difícil de mudar.

Existe uma outra forma de conceber Deus. Podemos concebe-lo como o Cosmo. O Universo. Tudo que existe. Essa forma se chama Panteísmo. Que é uma forma de adorar o Universo chamando-o de Deus. Essa forma de adoração esta presente em todos os níveis. Muitas tribos primitivas adoram a natureza e a chama de Deus, e muitas pessoas avançadas são ateias, mas veneram tanto o Universo que o mesmo se torna Deus.

Alguns indivíduos adoram a ordem que permeia o Universo como a um Deus. Sentem um sentimento de encanto ante a imensidão do cosmo, a ordem e as leis que o regulamentam. Sentem grande prazer em descobrir tudo sobre esse cosmo. Esses são, em geral, cientistas que se contentam em deixar seus desejos mundanos (ligados ao mundo) de lado, e se concentram em descobrir os mistérios que os permeiam. Esse mistério e seu desvendamento se tornam uma religião para eles. Einstein é um exemplo desse tipo de pensamento, assim como Espinosa.

Eles procuram experimentar o Universo como um todo harmônico. E para isso, têm que se desvencilhar dos pensamentos voltados para si próprios, dos desejos e problemas individuais — e se concentram no cosmo e seus mistérios como missão de vida, e não em dinheiro e problemas pessoais.

É claro que esse tipo de religião nunca agradou a maioria. Essa maioria está mais interessada nos problemas do dia-a-dia e precisam de um Deus mais mundano que possa lhes ajudar a superá-los. Precisam de um Deus pessoal que lhes entenda e lhes ajude nas horas mais difíceis. E o Universo ou cosmo é indiferente às suas criaturas. O Universo não é nem bom nem ruim. Ele simplesmente é neutro. Não se preocupa com as criaturas que nascem dele.

O ser humano quer ser visto, de algum modo, quer se sentir importante, importante para alguém, sua vaidade não vai deixar essa ideia morrer facilmente. Dessa forma percebemos qual é a grande diferença entre religião e ciência. A ciência se baseia nas leis da Causa e Efeito e, portanto, não pode conceber que exista um ser mudando as leis segundo caprichos de sua vontade. Para a ciência, tudo tem uma explicação natural, não sobrenatural. As causas de todos os males ou bens do ser humano são naturais e não sobrenaturais.

Um cientista não acredita nem na religião do medo e nem na da moralidade. Moralidade concerne somente aos seres humanos e não ao Cosmo. Um Deus que pune e recompensa é inconcebível para ele.

Todas as ideias dos homens vêm de fora de algum modo. Da sociedade que o cerca, dos livros que lê, das influencias da sua vida. Além de influencias de sua própria natureza. Pois cada um tem um modo de ser que é determinado pelos seus próprios genes. Alguns nascem calmos, outros agitados. Uns com propensão à violência, outros não.Uns são tigres, outros coelhos assustados. Uns tem corpos altos e fortes, outros são baixos e fracos. E assim por diante.

Como pode Deus castigar ou punir alguém quando pelo menos 90% da personalidade de uma pessoa são determinados por causas acima de seu controle? Além do mais, existem várias religiões na Terra. Cada uma com regras específicas para se entrar no céu. Sendo assim, como pode uma pessoa ser salva simplesmente por ter tido a sorte de nascer no local adequado? Sabemos muito bem que 90% das pessoas adotam a religião de seu local de origem ou uma variante da mesma. E mesmo quando mudam de religião radicalmente nunca conseguem deixar por completo as crenças adquiridas na infância. Mudam de religião, mas seu comportamento continua compatível com as crenças anteriores. Cercado como está de influências tanto internas como externas acima de seu controle, que critério usaria Deus para julgar o homem?

O comportamento ético de um ser humano deve se basear em suas necessidades sociais e individuais, a religião não precisa entrar nessas questões. O melhor guia para o comportamento social é a razão. Tudo gera consequências. Toda causa gera um efeito. Regras fixas de comportamento não são compatíveis com o ser humano, pois fatos sociais mudam o tempo todo. O exemplo do sexo que dei acima é um deles. Quando a religião tenta engessar um tipo de comportamento, está indo contra o próprio progresso humano, pois tenta fixar aquilo o que não deve ser fixado. O ambiente muda o comportamento. E um comportamento mal adaptado leva ao sofrimento. Todo organismo deve fazer tudo para sobreviver da melhor maneira possível, e a maneira pela qual um ser humano sobrevive é usando sua mente para seu benefício e para o benefício da sociedade como um todo. Se cuidar de progredir, acabará ajudando a todos.

A educação tem um papel fundamental como meio de influenciar o comportamento dos indivíduos. Convém ensinar as pessoas a pensar e a agir em sociedade. As escolas deveriam se voltar para formar um bom cidadão e não somente fazer com que pessoas acumulem conhecimentos que nunca serão utilizados. A escola deveria ensinar lógica, matemática e línguas desde o começo. A lógica serve para evitar que as pessoas sejam presas fáceis de qualquer aproveitador que apareça pela frente.

A religião mantém as pessoas na infância eterna. Sempre se entregando a alguém para resolver seus problemas pessoais. A falta de consciência em suas faculdades mentais e o complexo de inferioridade faz com que muitos parem de pensar logicamente e se entreguem a todo tipo de pensamento, por mais absurdo que seja.

As pessoas raramente analisam as tradições de seu povo. Simplesmente aceitam tudo. Será que isso é bom para a raça como um todo? Será que não precisamos de mais rebeldes ao invés de mais conformistas? Todo avanço foi uma rebeldia. Uma rebeldia contra os padrões vigentes. Rebeldia não significa ser do contra, significa ser verdadeiro consigo próprio. Fazer as coisas em que se acredita, e não fazê-las simplesmente por que todos fazem. Rebeldia também não é ir contra tudo só para ser diferente. Rebeldia é fidelidade à nossa natureza intima. Não é ser do contra ou a favor. É ser integro com o que se acredita.


Sobre o autor: José Moreira da Silva é formado em Filosofia pela Universidade de Nova Iorque e atualmente é professor de inglês, tradutor e intérprete, e dedica-se ao estudo da natureza humana através da psicologia, filosofia e religião.



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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Paganismo e Neo-Paganismo

Por Claudio Crow Quintino



Paganismo e Neo-Paganismo

druid stonehenge - druid stonehenge


Estive anotando algumas idéias que me surgiram recentemente e, após ler algumas
das últimas mensagens postadas na lista (OUTRA lista, n. do A.), fui levado a
algumas reflexões que julgo importantes, as quais gostaria de compartilhar com
os demais participantes da lista.

Em primeiro lugar, tenho notado uma grande confusão quanto à historicidade dos
fatos discutidos em algumas msgs. A começar pela noção de PAGANISMO E
NEO-PAGANISMO.

Nenhum de nós, petencentes a tradições como Wicca, Druidismo, Stregheria e
outras facetas da Religião da Deusa, poderia em sã consciência se intitular
Pagão - pelo simples fato de que o Paganismo, o culto do "pagus" (Campo,
Natureza) originário da Europa, deixou de existir há muito tempo, salvo em um ou
outro rincão isolado. Todos sabemos que o Druidismo existente hoje é uma
re-leitura dos conhecimentos druídicos originais. Sabemos também que a Wicca
possui inflências Celtas, mas está muito longe de ser o mesmo que Religião
Celta.

Assim, para efeito de diferenciar um do outro, acredito que o ideal seria
utilizarmos os termos pagão e neo-pagão. Para facilitar, contudo, muitos
utilizam apenas "pagão", independente da época de que se esteja falando. Mais
importante que o termo, porém, é o tema. E creio que É VITAL QUE SAIBAMOS
DIFERENCIAR AS TRADIÇÕES MODERNAS DAS ORIGINAIS.

Essas tradições originais chegaram até nós de diversos modos: pela preservação
de costumes populares, pelo estudo de sociólogos, lingüistas, arqueólogos,
folcloristas, etc., através do sincretismo religioso, pelos tais rincões que
preservaram de modo até certo ponto puro o conhecimento e os mistérios das
tradições antigas.

Baseados nessas informações, alguns indivíduos ou grupos de pessoas resgataram e
reacenderam a chama dos antigos cultos pagãos, dando origem a tradições
Neo-pagãs - ou seja, uma nova forma de paganismo, inspirada nas antigas
tradições, mas sem vínculo direto com elas.

Tomemos o exemplo da Wicca, a mais brilhante e conhecida forma de Neo-paganismo.
Quando da minha última conversa com a Marcia Bianchi aqui em São Paulo,
lembro-me que concordamos que a Wica (com um "c" só - o segundo veio depois)
apresentada por Gerald Gardner tinha pouco a ver com o que ela representa hoje.

Costumo dizer que os bons Wiccanos hoje reconhecem os méritos do Sr. Gardner
como compilador das antigas tradições, mesclando elementos de diversas tradições
na formação da Wicca como a conhecemos. Mas a Wicca, por seus méritos
intrínsecos, livrou-se de seu criador, e hoje é muuuuito maior do que ele.

Para efeito de comparação, vejamos o caso de Thelema. É impossível falar de
Thelema sem falar de Crowley. Mas hoje dá para falar de WICCA sem falar de
Gardner.A Wicca adaptou-se à sua época, e hoje é definitivamente uma Religião,
com crenças e filosofias próprias. Digo "hoje" porque antes não era - era apenas
um "sistema de magia", como alguns adoram rotular.

A Wicca hoje é então uma Religião, que oferece aos que a procuram uma ótima
oportunidade de compreender seu papel no universo, compreender que fazemos parte
de um todo, compreender que a vida já é um ato de magia, e que, muito mais do
que um celebrador de rituais ou um lançador de encantamentos, o verdadeiro
Wiccano é um adorador da Vida - ou assim deveria ser. Mas disso falarei no
próximo e-mail...





- Sobre Wicca e discussões na lista.

Fico entristecido quando vejo discussões na lista motivadas pela defesa de
pontos de vista pessoais quanto a aspectos MERAMENTE ACESSÓRIOS da Wicca. O
tamanho de um athame, o material de seu bastão, a cor das vestes rituais (Ah!
Isso dói...), Roda do Sul ou do Norte - isso são temas que serão eternamente
revisitados, O QUE É SAUDÁVEL, POIS NINGUÉM É DONO DA VERDADE. Deve-se discutir
tais temas, porém, com a mente livre de quaisquer doutrinamentos.

Afirmar que "é assim, tem que ser assim, por que comigo (ou no meu círculo)
éassim" é derrubar todos os preceitos básicos da Wicca. Ok, também não pode
haver um excesso de liberdade, para que haja coerência.

Mas afinal, quais são os preceitos básicos da Wicca? Semanas atrás, a Marcia
descreveu muito bem, como de costume, o que deveria caracterizar um Wiccano. Mas
nós sabemos que existem inúmeras, infindáveis tradições Wiccanas diferentes,
muitas delas oferecendo conjuntos de crenças diferentes, por vezes contrárias
entre si. Todas elas cultuam os Divinos Feminino e Masculino, todas elas se
integram aos ciclos da natureza, mas variam nos detalhes.

Por que? Porque existe a noção de liberdade - e essa liberdade funciona assim:
se respeito esses preceitos básicos, eu posso celebrar um ritual nu ou trajando
uma túnica de algodão puro, ou ainda uma capa de seda roxa com pedras preciosas
incrustadas... posso abrir o círculo começando pelo norte, ou pelo leste, ou
ainda pelo Sul-sudoeste... Posso traçar o círculo mágico com um athame de prata
importado, ou com uma faca inox de pesca, ou com a saudosa faquinha de Bolo
Pullmann... Posso celebrar a Roda do Ano de acordo com o Hemisfério Norte, ou o
Hemisfério Sul ou ainda a Roda da Linha do Equador, ou a Roda Quadrada, ou a
Quadra Rodada, ou o Triângulo do Sapo Leitoso... o que importa? Para quem isso é
importante?

Afinal, por que clebramos a Roda do Ano? Não é a Roda um método de contato com
as energias da Natureza, com os Divinos Masculino e Feminino? Não é um modo de
conhecermos e honrarmos os Deuses da Terra?

E acaso esses deuses vão se ofender, vão nos punir se fizermos deste ou daquele
modo? Não creio. Creio sim que eles se emocionem, se engrandeçam, com a nossa
simples lembrança, com nosso amor por eles - amor sincero. Amor autêntico,
daqueles que vêm de dentro mesmo, rasgando tudo. Para mim, a sensação de cultuar
os deuses antigos é igualzinho àquele arrebatamento que sentimos ao ver, ao
lembrar, ao falar da pessoa que amamos. Sabe aquele pueril friozinho na barriga
que dá quando vemos a pessoa de que gostamos? Então, os
deuses para mim são assim!

Acho que o grande erro é fazer por fazer. Digo e repito que os rituais são como
sexo (e afinal, temos lá o grande rito, não é?) - Alguém já tentou transar sem
sentir tesão? (Dizem que as mulheres até conseguem fingir - mas eu sempre achei
que deve ser uma m... de situação...) Se não houver tesão pelo ritual, não vai
rolar! Imaginem transar pensando que o lençol tá amarrotando, ou que o cabelo
tem que ficar penteado, ou que o suor pode desfazer sua maquiagem... Mesma coisa
num ritual. Se a pessoa estiver mais preocupada com a "liturgia", com a cor
disto ou daquilo, com o tamanho disto ou daquilo, com a direção disto ou
daquilo, não vai rolar!!!! A parte fundamental da estória toda é: ame os deuses!
Reconheça o Divino na Vida! Celebre os deuses e a Vida, não só nos rituais, mas
em cada dia, a cada momento de sua vida!!! O resto é resto...

Voltando às discussões sobre os temas acessórios da Wicca, temos que lembrar que
muitas das chamadas tradições "ecléticas" da Wicca utilizam deuses de diversos
panteões em seus rituais. Deidades Celtas, Gregas, Egípcias, Sumérias, são
postas lado a lado em altares e preces, rituais e orações... será que isso é
legal? Veremos no próximo e-mail.



3.

Muitos autores Wiccanos afirmam que "todas as Deusas são aspectos de uma só
Deusa, assim como todos os Deuses são faces de um Deus único."

Isso justificaria a opção comum de muitos Wiccanos em celebrar seus rituais,
montar seus altares, etc, utilizando deidades de panteões diferentes. Claudiney
Prieto, em seu livro "WICCA: A RELIGIÃO DA DEUSA", alerta para os riscos de se
evocar deuses de panteões diferentes, ou ainda deuses que seriam rivais em um
mesmo panteão. Ele ainda afirma que prefere cultuar um Deus e uma Deusa sem
nomes específicos, valendo-se apenas de seus temas, suas facetas - ou seja, "A
Anciã," "O Senhor da caçada", e por aí vai.

Pergunto - ou melhor, proponho que vocês se perguntem, e respondam para si
mesmos - qual o caminho mais indicado? Por ser a Wicca - e quase todos os
Caminhos pagãos e neo-Pagãos - uma religião que pede respostas íntimas,
equilibradas igualmente nas emoções e na análise racional do tema, a resposta é
PESSOAL.

A minha resposta a tal pergunta seria a seguinte: na Wicca, a união de diversas
deidades distintas se justifica pelo culto aos chamados "arquétipos" da Deusa e
do Deus. Todos seriam um, todas seriam uma. Se é assim, então não existe a menor
necessidade de se individualizar o culto a este ou aquele deus individual, a
este ou aquele panteão. O que vale mesmo é a idéia central, a noção básica. Isto
está perfeitamente de acordo com a Wicca e com suas práticas, e mais uma vez
parabenizo o Claudiney pela coragem em expor a sua visão pessoal em seu livro.
DENTRO DO CONTEXTO DA WICCA, isso é perfeito. Isso até justificaria a inversão
da Roda do Ano, pois se eu lido com as forças masculina e feminina presentes na
natureza, sem lhes dar nomes, eu interajo com o que vem acontecendo ao meu
redor, livre das influências das conhecidas egrégoras das deidades.

Contudo, existem outras correntes pagãs, também voltadas ao culto aos deuses
antigos, como o Neo-Druidismo, o Reconstrucionismo Celta e outras, as quais
embasam suas práticas mágico-religiosas na recuperação dos ritos ancestrais às
respectivas deidades. Nesses casos, é impensável para um reconstrucionista
celta, por exemplo, evocar em um ritual Inanna, a deusa mãe Suméria, ou o hindu
Çiva... isto porque essas correntes pagãs honram seus deuses como forças
individuais, e não como facetas de um mesmo deus. Um exemplo que uso sempre é o
seguinte:

eu nasci no Brasil, o que faz de mim um brasileiro. Eu sou do sexo masculino, o
que faz de mim um homem; eu sei escrever, o que faz de mim um alfabetizado.
Então, por reunir esses três itens (brasileiro, homem, alfabetizado) eu,
Garrincha e José Bonifácio somos a mesma pessoa... ora, possuímos alguns pontos
em comum, mas não somos uma única pessoa! Estamos inclusive separados pela época
em que vivemos - sem contar que dois já morreram (garanto que eu não!).

Então, o fato de um determinado deus ou deusa possuir um tema em comum com outro
deus ou deusa de um pantão diferente, não faz necessariamente deles um único
deus ou deusa!

Se se opta pelo culto a deuses individuais, devemos respeitá-los como tal - como
indivíduos! Se por outro lado optamos por cultuar os Princípios Divinos
Masculino e Feminino, como creio seja o caso da Wicca, fica tudo mais simples e
COERENTE se não se dão nomes individuais a essas forças.

Para concluir este tema, quero comentar um ponto delicado, mas que merece
consideração por parte da lista. Se todas as Deusas são uma Deusa e todos os
Deuses são um único Deus, o que me impediria de montar um altar Wiccano com de
um lado uma imagem de Maria ("A Rainha do Céu", a "Mãe do Deus", entre outros
nomes que foram primeiro atibuídos à egípcia Ísis...) e do outro a de Jesus (o
filho da Senhora e do Deus, o Pastor, título de Dumuzi, a Criança Prometida)?
Não estou dizendo que isso é ou não possível, só estou puxando a reflexão de
vocês!

Dizer que o cristianismo é incompatível com a Wicca porque a Wicca resgata
valores pagãos opostos ao cristianismo é um erro grave. Pior ainda é usar o já
malhado papo da Inquisição... Veremos o porque no próximo email...

4.

Então vamos lá. Após analisar, na última mensagem, as visões Wiccanas dos
deuses, perguntei: "se todas as Deusas são uma Deusa, e todos os Deuses são um
Deus, como afirmam os pensadores Wiccanos, por que não utilizar uma imagem de
Maria e outra de Jesus no altar, uma vez que ambos são releituras das antigas
deidades da Terra?" Terminei dizendo que alegar que o cristianismo não tem nada
a ver filosoficamente com o Paganismo Wiccano é um erro - basta ver o quanto em
comum os mitos Osíricos, Mitraicos e Dionisíacos têm a ver com a estorinha do
JC, ou o quanto Maria foi influenciada por Ísis e Cibele - só para citar alguns
exemplos. Também é errado afirmar que foi por causa da Inquisição que o
Paganismo perdeu força. Vejamos porque.

Os Neo-pagãos, em sua esmagadora maioria, adoram citar a Inquisição como o
momento em que o paganismo quase foi extinto, sendo salvo graças a umas poucas
abnegadas criaturas que desafiaram as fogueiras em nome de sua fé.

Isso é verdade - mas não toda a verdade.

Podemos começar lembrando que o tribunal da Santa Inquisição, a cargo dos Monges
Dominicanos, foi criado pela Igreja de Roma no séc. XI, para suprimir a heresia
Cátara, um movimento gnóstico cristão que se expandia com avassaladora rapidez
no sul da França. Ou seja, cristão contra cristão... depois, obviamente, a Ordem
Dominicana gostou da brincadeira, e o fervor religioso deu origem ao terror.
Muitos pagãos certamente perderam suas vidas nas mãos dos torturadores e
carrascos, mas temos que lembrar que a maioria das vítimas das fogueiras não
eram pagãos e sim judeus (sempre eles, perseguidos...).

Voltando aos pagãos, temos que lembrar que o paganismo há muito havia sido
banido pela igreja (e pela própria população, sim, senhores). Um pouco de
história:

as crenças dos Celtas, conquistados pelos Romanos no continente europeu e na Grã
Bretanha (mas não na Irlanda), foram absorvidas ou obliteradas pela religião
romana, que já vinha absorvendo várias crenças de outros povos - um exemplo
claro é o culto dos legionários romanos ao deus persa Mithras, ao mesmo tempo em
que cultuavam a gaulesa Epona. Outro exemplo vem do próprio Constantino, o
célebre imperador que converteu o Império Romano ao cristianismo. Ele
originalmente adorava o deus Sol Invictus, também de origem médio-oriental e até
certo ponto similar a Mithras. Ora, onde andavam Minerva, Vênus, e todas as
outras deusas Romanas? Já havia muito tempo que elas não eram mais cultuadas com
a mesma força por Roma. Aliás, diga-se de passagem, uma das deusas mais
populares em Roma pouco antes da "conversão" de Constantino era a egípcia
Ísis... para se ter uma idéia do fervor com que Ísis era cultuada em Roma, o
legislador romano Apuleius escreveu um texto em bom latim no qual Ísis diz: "Eu
sou a Natureza, a Mãe Universal, senhora dos elementos, criança primordial do
tempo, soberana de todas as coisas espirituais, Rainha dos Mortos, Rainha também
dos Imortais, a única manifestação de todos os deuses e deusas que existem."
Isso quase dois milênios antes da Wicca!

Voltando: apesar do culto a Ísis, Roma já havia perdido há muito o seu vínculo
com o "Pagus", com as deidades da Natureza. Afinal, é bom que se deixe isto bem
claro, o patriarcado assumiu papel determinante nas religiões antigas já na
transição da Idade do Bronze para a Idade do Ferro - muito tempo antes de Roma
constituir seu Império...

A renomada historiadora Marija Gimbutas afirma que o paganismo matriarcal começa
a perder energia com a chegada de duas ondas migratórias simultâneas à região da
Mesopotâmia e adjacências - a dos indo-europeus e a dos semitas. Ambos os
invasores cultuavam deuses do Céu, do Trovão, da Guerra. (Não surpreende,
portanto, que os hebreus, herdeiros dos semitas, tivessem tão pouco respeito
pela natureza - como mostra o Torá, o Velho Testamento - Ide, e SUJEITAI as
criaturas da terra... [Gênesis]). O que surpreende é que os indo-europeus, tão
violentos e cultuadores de deuses Celestes semelhantes, tenham posteriormente
originado os Celtas. Isso prova que, quando os celtas surgiram da fusão das
culturas locais da Europa
com a cultura indo-européia, eles mantiveram muitos traços dos habitantes
autóctones. Ainda bem!)

Voltando: essa mudança do matriarcado, do culto à Natureza, para as religiões
patriarcais, qua adoram um Deus distante, aconteceu em tempos diferentes mas em
quase todas as civilizações. Primeiro os Sumérios, Babilônios, Assírios,
Cretenses - depois Gregos, Romanos e os demais, todos esses povos alteraram suas
mitologias e seus cultos. Deixaram de adorar uma Deusa Mãe e seu filho/amante e
passaram a cultuar um Deus soberano, normalmente guerreiro - reflexo da
sociedade de então, que passava a ser dominada por uma casta de reis guerreiros.

Falei tudo isso para chegar a um ponto: por mais que soe estranho afirmar isto,
a Inquisição tem bem pouco a ver com o fim do Paganismo, pelo simples fato que o
paganismo já estava praticamente morto quando da Inquisição. Isto porque séculos
antes, quando os Romanos adotaram o cristianismo como religião oficial do
Império, eles já haviam massacrado os antigos cultos à Terra - não só dos
celtas, mas também os deles próprios. Os templos pagãos de Roma foram fechados,
alguns inclusive destruídos. O Templo de Ísis em Roma não fugiu à regra. Todos
agora voltavam sua atenção ao culto a um Deus Celeste e a seu filho.

Mas o controle romano não era assim tão perfeito, e nos pontos mais isolados do
Império os cultos Pagãos enfraqueceram mas jamais desapareceram. Com a queda do
Império Romano, o controle sobre a população desapareceu, e quem passou a
exercer influência foi a Igreja cristã... de Roma! Seis por meia-dúzia... mas os
primeiros anos do cristianismo são muito interessantes, pois existiam muitas
correntes diferentes de cristianismo, com muitos pontos em comum, mas muitas
diferenças também. Chegou-se a um ponto em que ninguém concordava com ninguém, e
todos defendiam o seu cristianismo como o real, o verdadeiro. Algo muito
parecido com o que o Paganismo vem vivendo hoje. Por exemplo: uns afirmavam que
Cristo era filho de Deus, outros que ele era o próprio Deus, outros mais que ele
era apenas um profeta... para se ter uma idéia, só se chegou a um consenso sobre
a condição do JC no Concílio de Nicéia, quando POR VOTAÇÃO (!!!), decidiu-se que
Cristo era "o filho de Deus"... tomara que o paganismo pare de discutir bobagens
do gênero e perceba o risco que corre. Afinal, no caso do cristianismo, a facção
que saiu fortalecida foi justamente a mais tirânica - a Igreja de Roma... foi
ela que patrocinou, séculos depois, os violentos ataques às heresias, as
cruzadas, a Inquisição. Tudo para impor a SUA versão, a SUA doutrina... QUE ISSO
NÃO SE REPITA ENTRE NÓS!

Mesmo assim, algumas formas de paganismo sobreviveram ao cristianismo,
principalmente na Irlanda, que nunca foi romanizada e só foi cristianizada no
séc. IV - e mesmo assim, desenvolveu um cristianismo todo diferente, mesclando
muitas das tradições pagãs locais.

(Tanto é que, se hoje podemos celebrar Samhain (palavra irlandesa - Samh (verão)
+ Fuinn (fim), ou seja, fim do Verão), se hoje conhecemos os mitos de Brighid,
Dagda e Lugh, devemos agradecer aos primeiros monges cristãos da Irlanda, que
transcreveram os antigos cultos e lendas irlandesas!)

O problema é que na maioria dos casos, principalmente no continente europeu, o
paganismo se resumia a práticas rituais com pouco ou nenhum conteúdo filosófico.
Mantinham-se as tradições, mas perderam-se os Mistérios. E rituais sem filosofia
não passam de "simpatias," de FOLCLORE.

Por isso, visando a dissipar dúvidas como estas, que assolam a maioria dos
pagãos por aqui, é que me dispus a escrever "A RELIGIÃO DA GRANDE DEUSA". Por
isso também é que queimei minha pestana em horas preciosas de um feriado para
escrever estes textos. É para isso que creio que existam listas como esta.
Assim, podemos discutir aspectos mais profundos, REALMENTE importantes do
neo-paganismo no Brasil, e buscar conhecer mais um pouco da filosofia que
abraçamos. Sem esse conhecimento, qualquer prática ritual não passa de
superstição.

E com esse conhecimento, bobagens como "A Wicca surgiu no Neolítico e é a
Religião dos Antigos Celtas", ou "a Inquisição é responsável pelo fim do
Paganismo" deixam de ser repetidas a esmo por pessoas que não pesquisam a fundo
a sua própria filosofia.

Blog oficial do autor:http://blog.claudiocrow.com.br/2010/02/24/o-druidismo-e-as-relacoes-com-o-sagrado-multiplos-caminhos-um-so-objetivo-pte-1/

domingo, 29 de agosto de 2010

Sol, o Deus. Jesus, a farsa. (Parte 1)


Desde os tempos remotos como 10.000 a.C. a história tem sido fértil em esculturas e escritos refletindo o respeito e a adoração das pessoas pelo Sol.

E é simples perceber porque disso, pois a cada manhã o Sol se levanta, trazendo visão, calor e segurança, protegendo o homem da fria escuridão cheia de predadores da noite.


Sem o sol, as culturas entenderam que as colheitas não cresceriam e a vida no planeta não sobreviveria. Esses fatos, ou a realidade, fizeram do Sol o objeto mais adorado de todos os tempos.

Da mesma forma, estavam bem conscientes das estrelas. O seguimento das estrelas permitiu-lhes reconhecer e antecipar eventos que ocorriam ao longo de grandes períodos de tempo, tais como eclipses e luas cheias.

Eventualmente, catalogaram grupos celestiais que conhecemos hoje como constelações.


Essa é a cruz do Zodíaco, uma das mais antigas imagens da história da humanidade. Representa o trajeto figurativo do Sol através das 12 maiores constelações no decorrer de um ano. Também representa os 12 meses do ano, as quatro estações, e os Solstícios e equinócios.

O termo Zodíaco esta relacionado com o fato de as constelações serem antropomorfismos, ou personificações, de pessoas ou animais.


Por outras palavras, as primeiras civilizações não só seguiam o Sol e as estrelas, como também as personificavam através de mitos que envolviam os seus movimentos e relações.

O Sol, com o poder criado e salvador foi também personificado à semelhança de um criador invisível ou deus. Era conhecido como “Filho de Deus”, “Luz do mundo”, “Salvador da humanidade”.

Igualmente, as 12 constelações representaram lugares de viagem para o Filho de Deus, e foram nomeados e normalmente, representados por elementos da natureza que aconteciam nesses períodos de tempo.


Por exemplo, Aquários, o portador de água, que traz as chuvas de Primavera. Na perspectiva de quem está no hemisfério Norte

Mitologia:


Este é Hórus. Ele é o Deus Sol do Egito por volta de 3000 a.C. Ele é o Sol, antropomorfizado, e a sua vida é uma série de mitos alegóricos que envolvem o movimento do Sol no céu. Dos antigos hieróglifos Egípcios, se soube muito sobre este Messias Solar.

Por exemplo, Hórus, sendo o Sol, ou a luz, tinha como inimigo o Deus Set, que era a personificação das trevas ou noite. E metaforicamente falando, todas as manhãs, Hórus ganhava a batalha contra Set, quando ao fim da tarde, Set conquistava Hórus e o enviava para o mundo das trevas.

É importante saber que “Trevas VS. Luz” ou “Bem VS. Mal” tem sido uma das mais onipresentes dualidades mitológicas conhecidas e que ainda hoje é utilizada a muitos níveis.

No geral, a história (mitologia) de Hórus é a seguinte:

* Hórus nasceu no dia 25 de Dezembro da virgem Isis-Meri.

* Seu nascimento foi acompanhado por uma estrela a Leste, que por sua vez, foi seguida por 3 Reis em busca do salvador recém-nascido.

* Aos 12 anos, era uma criança prodígio, e aos 30 anos foi batizado por uma figura conhecida por Anup e que assim, começou seu reinado.

* Hórus tinha 12 discípulos e viajou com eles.

* Fez milagres tais como curar os enfermos e andar sobre a água.

* Também era conhecido por vários nomes como “A verdade”, “A Luz”, “Filho Adorado de Deus”, “Bom Pastor”, “Cordeiro de Deus”, entre muitos outros.

* Depois de traído por Tifão, Hórus foi crucificado, enterrado e ressuscitou 3 dias depois.

Estes atributos de Hórus, originais ou não, parecem influenciar várias culturas do mundo, e muitos outros deuses encontrados com a mesma estrutura mitológica.

Outros Deuses com os mesmos atributos:



* Attisda Phirgia, nasceu da virgem Nana no dia 25 de Dezembro, foi crucificado, colocado no túmulo e 3 dias depois, ressuscitou.


* Krishnada Índia, nasceu da virgem Devaki com uma estrela a leste assinalando sua chegada, fez milagres em conjunto com os seus discípulos, e após a morte, ressuscitou.


* Dionísioda Grécia, nasceu de uma virgem no dia 25 de Dezembro, foi professor e peregrino que praticou milagres tais como transformar a água em vinho, e é referido como “Reis dos Reis”, “O Filho de Deus”, “Alfa e Ômega”. Após sua morte, ressuscitou.


* Mithrada Pérsia, nasceu de uma virgem no dia 25 de dezembro, teve 12 discípulos e praticou milagres, após sua morte foi enterrado, e 3 dias depois ressuscitou, também era referido como “A Verdade”, “A Luz”, e muitos outros nomes. Curiosamente, o dia sagrado de adoração a Mithra era um domingo (Sunday) Dia do Sol.

Outros Deuses com os mesmos atributos:

Chrishna de Hindostan, Buddha Sakia da Índia, Salivahna das Bermudas, Odin de Scandinavians, Crite da Chaldea, Bali do Afghanistan, Indra do Tibet, Jao do Nepal, Wittoba do Bilingonese, Atys da Phrygia, Xamolxis do Thrace, Zoar do Bonzes, Adad da Assyria, Alcides de Thebes, Baddru do Japão, Thor do Gauls, Hil e Feta de Mandaites, Fohi e Tien da China, Adonis da Grécia, Prometheus do Caucasus.

O que importa salientar aqui é que “existiram” inúmeros salvadores, dependendo dos períodos, de todo o mundo, que preenchem estas mesmas características

A questão que se mantém:

Porque estes atributos, porque o nascimento de uma virgem no dia 25 de Dezembro, porque a morte e a ressurreição após 3 dias, por que os 12 discípulos ou seguidores?

Para descobrir, vamos examinar o mais recente dos Messias Solares.



Jesus Cristo nasceu da virgem Maria no dia 25 de Dezembro em Belém, e foi anunciado por uma estrela ao Leste, que seria seguida por 3 reis magos para encontrar e adorar o salvador.

Tornou-se pregador aos 12 anos, e aos 30 foi batizado por João Batista, e assim começou seu reinado. Jesus teve 12 discípulos com quem viajou praticando milagres tais como curar pessoas, andar na água, ressuscitar os mortos, e foi também conhecido como o “Reis dos Reis”, “Filho de Deus”, a “Luz do Mundo”, “Alfa e Ômega”, “Cordeiro de Deus” e muitos outros.

Depois de traído pelo seu discípulos Judas e vendido por 30 pratas, é crucificado, colocado num túmulo e 3 dias depois ressuscita e ascende aos céus.

Continue lendo:
Sol, o Deus. Jesus, a farsa. (Parte 2)

Primeiro de tudo, a sequência do nascimento de Jesus é completamente astrológica.

A estrela no Leste é Sírius, a estrela mais brilhante no céu noturno, que no dia 24 de Dezembro, se alinha com as 3 estrelas mais brilhantes no cinturão de Órion.


Estas 3 estrelas são chamadas hoje como também eram chamadas antigamente: “3 Reis” ou “As três Marias”(mais conhecido no Brasil).

Os 3 Reis e a estrela mais brilhante, Sírius, todas apontam para o nascer do Sol no dia 25 de Dezembro. Esta é a razão pela qual os Três Reis “seguem” a estrela a Leste, para “localizar” o “nascer” do Sol.

A Virgem Maria é a constelação de Virgem, também conhecida como Virgo a Virgem. Virgo em latim significa virgem. Virgo também é referido como a “Casa do Pão”, e a representação de Virgo é uma virgem segurando um feixe de espigas de trigo.

Esta “casa do pão” e seu símbolo das espigas de trigo representam Agosto e Setembro, época das colheitas. Por sua vez, Bethlehem ou Belém, é a tradução à letra de “A casa do Pão”. Bethlehem é também a referência à constelação de Virgem, um lugar do Céu, não na Terra.

Outro fenômeno muito interessante que ocorre no dia 25 de Dezembro é o Solstício. Do Solstício de Verão ao Solstício de Inverno, os dias tornam-se mais curtos frios.

Na perspectiva de quem está no hemisfério Norte, o Sol parece se mover para o sul aparentando ficar pequeno e fraco, o encurtar dos dias e o fim das colheitas conforme se aproxima o Solstício de Inverno simbolizando a morte, para os mais antigos. Era a morte do Sol.

Pelo 22 º dia de Dezembro, o falecimento do Sol estava completamente realizado. O Sol, tendo-se movido continuamente para o sul durante 6 meses, faz com que atinja o seu ponto mais baixo no céu. Aqui ocorre algo curioso, o sol deixa, aparentemente, de se movimentar para o sul, durante 3 dias. (22, 23, 24).

Durante estes 3 dias de pausa, o Sol reside mas redondezas das constelações de Alpha Crucis ou mais conhecido como Cruzeiro do Sul e Constelação de Crux. Depois deste período, no dia 25 de Dezembro, o Sol move-se 1 grau, desta vez para o norte, perspectivando dias maiores, calor, e a Primavera. E assim se diz: que o Sol morreu na Cruz (Constelação de Crux).


Esteve morto por 3 dias, apenas para ressuscitar ou nascer uma vez mais. Esta é a razão pela qual Jesus e muitos outros Deuses do Sol partilham a idéia da crucificação, morte de 3 dias e o conceito de ressurreição.


É o período de transição do Sol antes de mudar na direção contrária no Hemisfério Norte, trazendo a Primavera e assim a salvação.

Todavia, eles não celebram a ressurreição do Sol até o equinócio da Primavera ou Páscoa. Isto é por que no Equinócio da Primavera, o Sol domina oficialmente o Mal, as Trevas, assim como o período diurno se torna maior que o noturno, e o revitalizar da vida na Primavera emerge.

Agora, provavelmente a analogia mais óbvia de todas neste simbolismo astrológico são os 12 discípulos de Jesus. Eles são simplesmente as 12 constelações do Zodíaco, com que Jesus, sendo o Sol, viaja. De fato, o número 12 está sempre presente ao longo da Bíblia.

Na Cruz do Zodíaco, o elemento figurativo da vida é o Sol, e isto não era apenas uma mera representação artística ou ferramenta para seguir os movimentos do Sol. Era também um símbolo espiritual Pagão, uma logo grafia similar a isto.


Isto não é um símbolo do Cristianismo. É uma adaptação Pagã da Cruz do Zodíaco.

Esta é a razão pela qual Jesus nas primeiras representações era sempre mostrado com sua cabeça na cruz, pois Jesus é o Sol, Filho de Deus, a Luz do Mundo, o Salvador a erguer-se, que “renascerá”, assim como o Sol faz todas as manhãs, a Glória de Deus que defende contra as Forças das Trevas, assim como “renasce” a cada manhã, e que pode ser “visto através das nuvens”, “Lá em cima no Céu”, com a sua “Coroa de Espinhos” ou raios de Sol.

Agora, nas muitas das referências astrológicas ou astronômicas na Bíblia, uma das mais importantes, tem a ver com o conceito de “Eras”. Através das escrituras há inúmeras referencias a essa “Era”.


Para compreender isto, precisamos primeiros estar familiarizados com o fenômeno da precessão dos Equinócios.


Os antigos egípcios assim como outras culturas antes deles, repararam a aproximadamente a cada 2150 anos o nascer do sol durante o Equinócio da Primavera, ocorria num diferente signo do Zodíaco.
Isto tem haver com a lenta oscilação angular que a Terra mantém quando roda sobre seu eixo. É chamado de precessão por que as constelações vão para trás, em vez de permanecerem no seu ciclo anual normal.

O tempo que demora cada precessão através dos 12 signos é de aproximadamente 25,765 anos.

Este ciclo quando completo, é chamado também de “Grande Ano” e as civilizações ancestrais estavam bastante conscientes disso. Referiam-se a cada 2150 anos como Era.

De 4300 A.Cà 2150 A.Cfoi a “Era de Tauros” o Touro.
De 2150 A.Cà 1 D.Cfoi a “Era de Áries” o Carneiro.
De 1 D.Cà 2150 D.Cé a “Era de Pisces” o Peixe, no qual é a Era que estamos presentes até hoje. E por volta de 2150, entraremos na nova Era. A Era de Aquarius.

A Bíblia, se refere, por alto, o movimento simbólico durante 3 Eras, quando já se vislumbra uma quarta.

No Velho Testamento, quando Moisés desce o Monte Sinai com os 10 mandamentos, ele fica bastante perturbado ao ver sua gente adorando um bezerro dourado. Na realidade ele até partiu a pedra dos 10 mandamentos, e ordenou a todos que se matassem uns aos outros para purgarem o mal e se purificarem.



A maior parte dos estudiosos da Bíblia atribuem esta ira de Moisés ao fato de os Israelitas estar adorando um falso ídolo, ou algo semelhante. A realidade é que o bezerro dourado é Touro (Era de Tauros), e Moisés representa a nova Era de Áries, o Carneiro. Esta é a razão pela qual os Judeus ainda hoje ainda assopram o Corno de Carneiro.

Moisés representa a nova Era, (Carneiro) e perante esta, todos tem de largar a velha.

Outras divindades tais como Mithra marcam também esta transição. Um Deus pré-cristão que mata o Touro, na mesma simbologia. Agora Jesus é a figura portadora da Era seguinte à de Carneiro, a Era de Peixes, ou Dois Peixes.

O simbolismo de Jesus com a Era de Peixes é abundando no Novo Testamento: Jesus alimenta 5000 pessoas com dois peixes. Matt 14:7.Quando começa a pregar, caminhando ao longo da Galileia, conhece 2 pescadores, que o seguem.

Todos já vimos àqueles adesivos “Jesus-Fish” nas traseiras dos carros, mas mal as pessoas sabem o que realmente representa.


É um simbolismo astrológico pagão para o Reinado do Sol durante a era de Peixes. Jesus assumiu também no seu nascimento, a data do inicio desta Era.

Em Lucas 22:10 quando Jesus é questionado se a próxima passagem será depois de ele ir embora, Jesus responde: “Eis que quando entrares na cidade, encontrareis um homem levando um cântaro de água, segui-o até à casa que ele entrar.”


Esta escrita é de longe a mais reveladora de todas as referências astrológicas.

O homem que leva o cântaro de água é Aquarius, o portador de água, que sempre é representado por um homem despejando uma porção de água. Ele representa a Era depois de Peixes, e quando o Sol (Filho de Deus) sair da Era de Peixes (Jesus), entrará na Casa de Aquários, conforme precessão dos equinócios.

Tudo que Jesus afirma, é que depois da Era de Peixes chegará a Era de Aquário.

Continue lendo:
Sol, o Deus. Jesus, a farsa. (Parte 3 – Final)


Todos nós já ouvimos falar sobre o fim do mundo.

Fica explícito no livro do Apocalipse, a espinha dorsal dessa idéia que surge em Mateus 28:20, onde Jesus diz: I Will be with you even to the end of the world – Eu estarei convosco até ao fim do mundo.


Contudo, na tradução inglesa da Bíblia, a palavra “World” está mal traduzida, no meio de outras más traduções. A palavra realmente usada era “Aeon”, que significa “Era” – “Eu estarei convosco até ao fim da era.”

O que no fundo é verdade, Jesus como personificação Solar de Peixes irá acabar quando o Sol entrar na Era de Aquário. Este o conceito de fim dos tempos e do fim do mundo é uma má interpretação desta alegoria astrológica.


Além disso, o fato de Jesus, ser literal e astrologicamente um híbrido, só demonstra o plágio que Jesus é do Deus-Sol egípcio, Hórus. Por exemplo, escrito à 3.500 anos atrás, nas paredes do Templo de Luxor no Egito; estão imagens da enunciação, da imaculada concepção, do nascimento e da adoração a Hórus.

As imagens começam com o anúncio à virgem Íses de que ela irá gerar Hórus, que Nef, o Espírito Santo irá engravidar a Virgem, e depois o parto e a adoração. E que é não mais do que o milagre da concepção de Jesus Cristo.


Na verdade, as semelhanças entre Hórus e Jesus são flagrantes.

E o plágio continua.

A história de Noé e da sua Arca é retirada diretamente das tradições. O conceito de Dilúvio está em todas as antigas civilizações, em mais de 200 diferentes citações em diferentes períodos e tempos. Contudo, não será preciso ir muito além da fonte pré Cristã para encontrar a Epopéia de Gilgamesh, escrita em 2600 a.C.


Esta história fala sobre grandes Inundações ordenadas por Deus, uma Arca com animais salvos, e até mesmo o libertar e o retornar da pomba, entram em concordância com a história bíblica, entre muitas outras semelhanças.

E depois há a história plagiada de Moisés. Sobre o nascimento de Moisés, diz-se que ele foi colocado numa cesta de cena e lançado ao rio para evitar um infanticídio. Ele foi mais tarde salvo pela filha de um Rei e criado por ela como um Príncipe.

Está história de bebê numa cesta foi retirada do mito de Sargão de Akkad por volta de 2250 a.C. Depois de nascer, Sargão, foi posto numa cesta de rede para evitar um infanticídio e lançado ao rio. Foi depois salvo e criado por Akki, uma esposa da realeza Acádia.


Além disso, Moisés é conhecido como Legislador, Portador dos Dez Mandamentos e da Lei Mosaica. Contudo, a idéia de Lei ser passada de um Deus para um profeta numa montanha é também antiga. Moisés é somente um legislador numa longa linha de legisladores na história mitológica.

Na Índia, Manou foi o grande Legislador. Na ilha de Creta, Minos ascendeu ao Monte Ida, onde Zeus lhe deu as Leis Sagradas. Enquanto que no Egito, Mises, tinha nas suas pedras as leis que Deus havia escrito. Outra curiosidade é todos com a inicial: M

E no que diz respeito a estas Dez Ordens ou Dez Mandamentos, foram retiradas do papel carbono do “Feitiço 125 do Livro dos Mortos” do Antigo Egito.


E o que é que o Livro dos Mortos dizia?

Eu nunca Roubei tornou-se Não Roubarás
Eu nunca Matei tornou-se Não Matarás
Eu nunca Menti tornou-se Nunca levantarás falsos testemunhos e por aí adiante.

A religião Egípcia é no fundo a base fundamental para teologia Judaico-Cristã.

Batismo, Vida após a morte, Julgamento Final, Imaculada Concepção, Ressurreição, Crucificação, A arca da Aliança, Circuncisão, Salvadores, Comunhão Sagrada, o Dilúvio, Páscoa, Natal, a Passagem e muitas outras coisas e atributos são idéias Egípcias, nascidas muito antes do Cristianismo ou Judaísmo.

Justino o Mártir, um dos primeiros historiadores e defensores cristão, escreveu:

Quando nós (Cristãos) dizemos que, Jesus Cristo, o nosso mestre, foi produzido sem união sexual, foi crucificado, morreu, ressuscitou e ascendeu aos Céus, não propomos nada de muito diferente do que aqueles que propõem e acreditam tal como nós, os Filhos de Júpiter.

Numa escrita diferente, Justino o Mártir diz: Ele nasceu de uma virgem, aceite isso em comum com o que você acredita dos Perseus.

É óbvio que Justino e outros cristãos cedo souberam como o cristianismo era semelhante a outras religiões pagãs. No entanto, Justino tinha uma solução, para ele.. A culpa foi do Diabo. Para ele o Diabo teve a ambição de chegar antes de Cristo, e criou estas características no mundo pagão.

Eles pensam realmente que o mundo tem 12,000 anos. Mas se é só isso, e os fósseis dos Dinossauros? Ele dizem: Fósseis de Dinossauros? Deus colocou-os lá para testar a nossa fé!

A Bíblia não nada mais do que um híbrido literário astro-teológico, tal como todos os mitos religiosos que antecederam. De fato, o aspecto da transferência de atributos, de umas personagens para as outras é facilmente reconhecida no próprio livro em si.


No Antigo Testamento há a história de José. Ele era um protótipo de Jesus.

José nasceu de um milagre, Jesus também. José tinha 12 irmãos, Jesus tinha 12 discípulos. José foi vendido por 20 pratas, Jesus por 30 pratas. Irmão “Judá” sugere a venda de Josué, o discípulo “Judas” sugere a venda de Jesus.

Josué começa os seus trabalhos aos 30, Jesus também começa aos 30 anos. Os paralelismos continuam e vão muito além.

Além disso, haverá algum registro não-bíblico da existência de alguém chamado Jesus, filho de Maria, que viajou com 12 seguidores e curou pessoas? Existiram muitos historiadores que viveram no Mediterrâneo durante esse mesmo período e até mesmo após a presumível morte de Jesus.

Algusn historiadores:

Quantos desses historiadores fizeram relatos sobre a sua figura? Nem um.

Porém, para sermos justos, isto não significa que os defensores da existência do Jesus histórico nunca tenha reclamado o contrário, quatro historiadores são particularmente tipicamente referidos como pioneiros quanto à existência de Jesus.

Plínio “o Jovem”, Suetônio e Tácito foram os três primeiros. Cada uma das suas escrituras consiste apenas em algumas frases em que na melhor hipóteses se refere a Christus ou Cristo, que na realidade não é um nome mas sim um título. Significa “o Escolhido.”


A quarta fonte é Josefo cujos documentos foram provados ter sido falsificados séculos atrás e infelizmente, ainda vistos como verdadeiros. Seria normal pensar que alguém que ressuscita dos mortos e ascende aos céus para todos verem, e que praticou tantos milagres surgiria nos registros históricos. Mas não, uma vez que pesadas as evidências há grandes probabilidades da figura conhecida como Jesus, nunca ter existido.

Concluindo o artigo:

A religião Cristã é uma paródia à adoração do Sol, onde colocaram um homem chamado Jesus Cristo em seu lugar e começaram a entregar essa personagem, a devoção que entregavam ao Sol.

Thomas Paine 1737-1809.

Não queremos ser indelicados, mas temos que ser fatuais. Não queremos magoar os sentimentos de ninguém, mas queremos ser academicamente corretos, naquilo que compreendemos e sabemos ser verdadeiro. O cristianismo não é baseado em verdades. Consideramos que o cristianismo foi apenas uma história romana, desenvolvida politicamente.

Jordan Maxwell – presente.

A realidade consiste em que, Jesus foi divindade Solar do setor Gnoticista Cristão, e tal como outros Deuses Pagãos, era uma figura mítica. Foi sempre o poder político que procurou monopolizar a figura de Jesus para controle social.

Por 325 D.C. em Roma, o Imperador Constantino reuniu o “Concílio Ecumênico de Nicéia” e foi durante esta reunião que as doutrinas políticas com motivação cristão foram estabelecidas e assim começou uma longa história de derramamento de sangue e fraude espiritual.

E nos 1600 anos que se seguiram, o Vaticano dominou politicamente e com mão de ferro, toda a Europa, conduzindo-a a agradáveis períodos tais como a Idade das Trevas, assim como a outros eventos como as Cruzadas e a Santa Inquisição.


O mito religioso é o mais poderoso dispositivo jamais criado, e serve como base psicológica para que outros mitos floresçam.

O Cristianismo, bem como todas as crenças teístas, são a fraude desta Era. Serviu para afastar os seres humanos do seu meio natural, e da mesma maneira, uns dos outros. Sustenta a submissão cega do ser humano à autoridade.

Reduz a responsabilidade humana sob a premissa de que “Deus” controla tudo, e que por sua vez os crimes mais terríveis podem ser justificados em nome da perseguição Divina.
E o mais importante, dá o poder àqueles que sabem a verdade e usam o mito para manipular e controlar sociedades.
Robert G. Ingersoll 1833-1899

BABA YAGA



BABA YAGA

Caminho pela floresta

e falo intimamente com os animais

Danço descalça na chuva

Danço nua

Viajo por caminhos

que eu mesma faço

e da maneira que me convém

Meus instintos e meu olfato são aguçados

Expresso livremente minha vitalidade

minha alegria pura e exuberante

para agradar a mim mesma

porque é natural

é o que tem de ser

Sou a selvagem e jubilosa energia vital

Venha e junte-se a mim

Baba-Yaga é uma velha, muito velha, que vive em uma cabana sobre pés-de-galinha. Ela se alimenta de ossos humanos moídos em seu pilão, mas há quem diga que também come criancinhas com seus dentes de ferro. E voa dentro de um almofariz de prata, muito veloz. Contam ainda que o rastro de cinzas que deixa pelo céu, rapidamente a danada vai apagando com sua vassoura.
Importante figura no imaginário do povo russo, Baba-Yaga está presente em muitos contos tradicionais, no caminho de Vassilissa, a bela, ou do destemido Príncipe Ivan, como nas bilinas (narrativas em verso) de grandes poetas românticos, entre eles, Gogol, Puchkin, Liermontov. Igualmente na música clássica daquele país, alguns compositores se dedicaram a fazer-lhe um “retrato sonoro”: temos três poemas orquestrais com Dargomíshky, Balakirev e Liadov; ela também aparece na suíte Quadros de uma Exposição, de Mussorgsky, e no Álbum para Crianças, de Tchaikovsky. Talvez, a primeira antologia de literatura russa de tradição oral, que o público de língua portuguesa teve acesso, fora feita por Alfredo Apell, nos idos da década de 1920. No Brasil, a bruxa aparece na história de encantamentos “A princesa-serpente”, na coletânea Contos populares russos organizada por J. Vale Moutinho (Nova Crítica, 1978 e Princípio, 1990), mas coube à escritora Tatiana Belinky o resgate mais bem divulgado como literatura para crianças: a velha Yaga e a magia das skáskas (narrativas maravilhosas) estão em Sete contos russos (Companhia das Letrinhas, 1995). Mais recentemente, foram publicados, em três volumes, os Contos de fadas russos, organizados por Aleksandr Afanas'ev, a partir de 1855, com o título Narodnye russkii skazki, base destes trabalhos e outras formas adaptadas (Landy, 2002 e 2003).

Quase sempre, Baba-Yaga é a temível bruxa, a malvada, la maliarda. Às vezes, ela parece ser apenas uma grande conselheira ou a guardiã de muitos segredos, moradora da escuridão numa densa floresta. Sob esta faceta, Baba-Yaga seria assim como a representação da Mãe-Natureza, igualando-se às antigas deusas, uma divindade com poderes sobre a vida e a morte porque rico em mistérios é seu perfil. Contudo, nossa maneira apressada de encarar as realidades imaginárias acomodou-se sobre a lógica a dividir o mundo em partes e posições irreconciliáveis. Quando se pensa em bruxas, evocam-se as fadas e uma eterna rivalidade, ou seja, a luta entre o Bem e o Mal.
Ora, a designação “bruxa” dada às velhas sábias surgiu muito antes do cristianismo lançar sua caça à elas, e referia-se a uma casta de sacerdotisas de um sistema religioso antigo e diferente, com caracteres próprios ao paganismo: uma religião de culto à Terra. Durante a baixa Idade Média (até meados de 1400), as bruxas eram tidas em consideração pelos campônios, aldeões e demais homens das vilas. A bruxaria era, para o Clero e a Coroa, uma simples superstição e, de modo algum, estava associada aos poderes do Mal. Reconhecidamente, as velhas que prestavam serviços para toda a comunidade na condição de parteiras, curandeiras, conselheiras, eram bruxas. Acreditava-se (uma tradição que ainda hoje se mantém) que essas mulheres tinham poder e influência sobre o corpo de outras pessoas e podiam curar doenças, bem como havia a crença de que sua magia e outras formas de projeção podiam favorecer a boa colheita. Com suas ervas milagreiras, a antecipação do futuro e outras simpatias, as bruxas eram respeitadas. A Medicina era ainda uma ciência incipiente, atendendo prioritariamente às camadas mais altas da sociedade medieval, como a nobreza e o clero; mesmo assim, os resultados a que chegava eram menores e mais incertos que os milagres operados pelas velhas sábias do povo.
No entanto, com a crise que a igreja medieval enfrentou junto às classes populares, as bruxas acabariam por cair em desgraça. Política e religião uniram forças e passaram a difundir novas imagens e idéias a respeito do curandeirismo e outras superstições relacionadas às velhas. Tornaram-se agentes do Mal, foram demonizadas dentro dos tribunais, em oposição a um sistema que representava a visão do Bem. Como portadoras de uma maldição divina, as bruxas se transformaram ideologicamente em consortes do próprio Diabo — ao mesmo tempo em que, na iconografia da época, o anjo soberbo ganhava novos contornos, assemelhando-se ao traçado animalesco e profano do antigo deus Pã. Fora criado igualmente o conceito de sabá, a grande festa orgíaca em que a devassidão, a gula e a beberagem tomavam a cena, gerando terror e histerismo entre o povo.
O velho conselho de uma bruxa não continha mais sabedoria, tornou-se um maledicente sussurro como um vento sequioso, frio e corruptor. E, entre os véus e alguma penumbra da fantasia, surgiram voláteis fadas, numinosas entidades, obrigando as mulheres-bruxas a esconderem-se em refúgios cada vez mais ermos. Os contos populares de magia são pródigos nas imagens do sítio abandonado, da alta torre, do castelo debaixo da montanha ou imerso no mar, como a casa perdida no meio da floresta em que ninguém ousa penetrar.
Vassilissa, a Formosa, andou e andou, e só ao entardecer do dia seguinte ela chegou à clareira onde ficava a cabana da Baba-Iagá. A cerca em volta dessa isbá era toda feita de ossos humanos, encabeçados por crânios espetados neles, com olhos humanos nas órbitas. E o trinco do portão era uma boca humana cheia de dentes aguçados. E a casinha era construída sobre grandes pés de galinha. (Belinky 1996: 25-6)
Longe do convívio humano, Baba-Yaga tem o domínio pleno e solitário da floresta, suas árvores e as sombras, revelando-se como uma das manifestações do arquétipo feminino da Grande-Mãe, com quem, em última instância, todos buscam um consolo ou ajuda. O encontro de Vassilissa com ela guarda certas semelhanças com uma versão primitiva pouco conhecida do conto de O Chapeuzinho Vermelho, que remete não apenas a um rito de passagem, mas à transmissão de poderes da mulher velha para a jovem (Kaplan, 1997).

É necessário um período de convivência naquela cabana e abandonar os temores e a curiosidade infantis, para que uma nova aprendizagem se estabeleça.
É ilustrativo o diálogo com Vassilissa, a respeito dos três cavaleiros que a menina vira passar (o branco, o rubro e o preto), quando se dirigia à cabana sobre pés-de-galinha. A velha responde que eles respectivamente são “meu dia, minha tarde, minha noite”. Não poderia se expressar de outra maneira, não fosse a verdadeira senhora da passagem do tempo. “Podemos chamá-la de Grande Deusa da Natureza”, afirma Marie-Louise von Franz, mas “obviamente, com todos esses esqueletos em volta de sua casa, ela é também a Deusa da Morte, que é um aspecto da natureza” (1985: 208). Baba-Yaga compreende igualmente os dois mistérios extremos da Vida, o nascimento (criação) e a morte (destruição).
A Grande Mãe nem sempre é Boa Mãe. Na escala grandiosa, o seu aspecto negativo, devorador e asfixiante, denomina-se a Mãe Terrível [...] Nos mitos, aparece como a mãe devoradora que come os próprios filhos. Conhecemo-la como a cruel Mãe Natureza, que procura repossuir toda a vida — toda a civilização — com a finalidade de colocar tudo de novo dentro do ventre primevo. Como terremoto, abre literalmente o ventre para sugar o homem e suas criações de volta a si mesma. (Nichols 1995: 105)
Além de suas qualidades dóceis e férteis, o arquétipo da Grande-Mãe simboliza a destruição necessária para uma nova ordem. O sorriso malévolo de Baba-Yaga pode ser comparado com inúmeras representações de um tipo de mãe-fera, como é o caso da deusa Kali da tradição hindu. Sedenta de sangue, Kali pode surgir inesperadamente diante de seu expectador com a língua vermelha estirada para fora — antevendo o prazer da devoração.
Do bosque saiu a malvada Baba-Iaga. Viajava dentro de um almofariz e segurava na mão o pilão e a vassoura.
— Cheira-me aqui a carne humana! — suspeitou a terrível bruxa.
Vassilissa estava tão aterrorizada que se sentiu desmaiar. Tudo em volta era sinistro e Baba-Iaga tinha um ar ameaçador. Mas resolveu encher-se de coragem. Já que ali estava, pelos menos ia tentar a sorte e pedir ajuda àquela horrível bruxa. Assim, aproximou-se da velha, inclinou-se e disse:
— Olá, avozinha! As minhas irmãs mandaram-me vir ter contigo, para te pedir lume. (Beliayeva 1995: 81)
Quando nos depararmos com o temível, ou mesmo com o nariz e as rugas de Baba-Yaga, intimamente sabemos algo de sua força e sua ancestralidade mágica.

Tratá-la com respeito é o primeiro passo para conquistar respeito em troca. Quando Vassilissa encara a feiticeira com sinceridade, sem soberba ante o perigo, assegura as chances para uma cumplicidade e convivência pacífica com a velha. Não cair em sua ira devoradora significa ter acesso aos conhecimentos dessa potestade arquetípica. Durante a estadia na isbá da bruxa, há de recuperar essa memória, os segredos de quem sabe ouvir a música das correntezas subterrâneas. Ao mesmo tempo em que vai demonstrando sinais de afeição, a menina reconhece na outra o saber, ainda que inconsciente, na verdade é seu. Afinal, que imagem o espelho de seus olhos refletirá?
Enquanto Baba-Yaga jantava, Wassilissa ficou ali perto, silenciosa. Baba-Yaga disse: “Por que é que você está me olhando sem dizer nada? Você é muda?”
A menina respondeu: “Se pudesse, gostaria de lhe fazer algumas perguntas.”
“Pergunte”, disse Baba-Yaga, “mas lembre-se, nem todas as perguntas são boas. Saber demais envelhece!” (von Franz 1985: 206)

Meditação e ritual para Baba Yaga

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As divindades da Lua Nova nunca nos procuram; nós é que devemos procurá-las. Este ritual para Baba Yaga deve ser realizado na Lua Negra e é aconselhável ser repetido durante as três noites entre a Lua Negra e a Lua Nova.

Ingredientes necessários para a realização deste ritual:
- uma vela preta (ou outra cor bem escura)
- um pano preto para cobrir a sua cabeça
- música instrumental lenta e pesada, mas agradável
- roupas escuras
- incenso de benjoim

Acenda o incenso e leve-o por toda a sala em sentido anti-horário (o caminho da Lua Nova – o desfazer da matéria formada para que possa ser remodelada). Coloque o incenso sobre o altar.

Acenda a vela preta e leve-a também ao redor da sala, também no sentido anti-horário. Coloque-a novamente no altar.

Apague todas as luzes, deixando acesa apenas a luz da vela. Sente-se diante do altar e cubra a sua cabeça com o pano de modo que você quase não possa enxergar nada no recinto onde se encontra.

Inicie a música. Feche os olhos e permita que seus pensamentos vão além. Relaxe seu corpo. Permita que seus pensamentos mergulhem na sua escuridão interior.

Visualize-se de pé dentro de um túnel mal-iluminado cavado na rocha viva. A trilha pela qual segue está gasta pelos pés dos que o antecederam. As paredes são ásperas e lâmpadas as iluminam a intervalos regulares. Você ouve vozes cantando à distância e move-se naquela direção.

Após muitas curvas e voltas do túnel, você se encontra à entrada de uma vasta caverna. O teto e as paredes distantes estão ocultas pelas sombras. No centro da caverna, um enorme caldeirão, com longas velas alinhadas numa trilha conduzindo a ele. Atrás do caldeirão há um trono esculpido em rocha negra cintilante. Sentada neste trono, uma figura silenciosa trajando uma túnica preta, o rosto oculto pelo capuz. Suas mãos pálidas seguram uma brilhante espada. Um movimento de uma das mãos indica que você deve se aproximar.

Você caminha por entre as fileiras de velas até alcançar o caldeirão. A figura diante de você se ergue e puxa o capuz, revelando o forte rosto. Ondas de imenso poder emanam dessa deidade. Os olhos são fundos poços de escuridão capazes de ver o seu verdadeiro eu. Nada pode ser ocultado dessa deidade da Lua Nova.

Quando for questionado, e decerto o será, você poderá explicar o porquê de sua vinda a este recanto, perante esta poderosa deidade. Explique exatamente o que deseja que seja alterado em sua vida, o que lhe causa insatisfação ou tristeza no estado atual das coisas. Mas não explique como deseja que as mudanças ocorram! Esteja preparado para aceitar quaisquer mudanças que a deidade da Lua Nova apresente.

Preste muita atenção a qualquer coisa que lhe seja dita. Pode ser que lhe peça para entrar no caldeirão. Esta é uma experiência espiritual fortíssima, portanto certifique-se de que está preparado para enfrentá-la. A experiência do caldeirão varia de indivíduo para indivíduo e é extremamente pessoal. Se decidir entrar no caldeirão, a deidade da Lua Nova provavelmente tocará seu coração com a espada, tomará sua mão para lhe ajudar a entrar no caldeirão e em seguida o ajudará a sair.

O que cada pessoa experimenta no caldeirão é completamente diferente. Pode passar por uma iniciação, ter visões do futuro e/ou até mesmo ver seu corpo físico ser destruído até os ossos para em seguida ser reconstruído. Pode reviver velhas experiências, numa exibição forçada para que veja os erros que cometeu e evite cometê-los novamente no futuro. Algumas experiências, como a perda de pessoas e animais queridos, podem ser extremamente emocionais, mas são necessárias. Na maioria das vezes, a sensação de perda é seguida por contato com a pessoa ou animal amado, para mostrar que nada é totalmente destruído ou perdido.

Quando sair do caldeirão e estiver novamente em pé na caverna, diante da divindade da Lua Nova, pode ser apresentado a símbolos ou objetos que terão um significado especial para você. Alguns desses símbolos podem parecer obscuros nessa ocasião, tanto no seu sentido quanto na sua imagem. Apenas aceite-os. A explicação virá mais tarde.

No final, a divindade da Lua Nova o saúda com as sua espada e você se sente espiralando pela escuridão, voltando à consciência física. Você provavelmente estará respirando profundamente quando retornar a este mundo e é possível que você fique um pouco desorientado no início, pois as vibrações da Lua Negra são bastante diferentes das do nosso plano.

Abaixe o pano de seu rosto e olhe ao redor da sala. Pode ser que sinta a presença (ou até memso veja) alguns seres de outros planos que estejam junto de você para lhe ajudarem a se orientar. Eles querem prestar auxílio para que você reflita sobre o que aprendeu. Permaneça sentado por mais algum tempo e agradeça à divindade da Lua Negra por sua ajuda.

Preste atenção aos seus sonhos deste dia até a Lua Cheia, anotando todas as impressões e símbolos que aparecerem. As divindades da Lua Negra operam com mudanças drásticas, pois para abrir espaço para o novo, deve-se destruir o velho.

Acima de tudo, você deve estar preparado para aceitar e seguir as mudanças que ocorrerão em sua vida. As mudanças são semrpe difíceis, mas à medida que for realizando esse tipo de ritual você aprenderá a ter um senso de ordem mais fortalecido.


sábado, 28 de agosto de 2010

Gatos na magia dos pressagios

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Gatos e Presságios

· Gatos podem predizer o tempo: Quando vai ventar eles unham os tapetes e cortinas; é muito provável que chova se um gato limpa muito suas orelhas.
· Na mitologia, acreditava-se que o gato possuia grande influência sobre o tempo. Bruxas cavalgavam sobre as tempestades sob a forma de uma gato. Os cães eram o símbolo do vento, os gatos de chuva torrencial. Talvez venha daí a expressão "chover cães e gatos" .
· Algumas pessoas acreditam que se o gato lava seu rosto e patas na sala de visitas, é porque alguém irá chegar.
· Se o gato olha continuamente pela janela, é porque vai chover.
· Alguns gatos pressentem terremotos.
· Os marinheiros utilizavam gatos para predizer como seriam suas viagens. Se o gato miasse alto, a viagem seria difícil. Um gato brincalhão, significava que a viagem seria tranquila e com bons ventos.
· Algumas pessoas acreditam que os gatos possam ver as nossas auras.
· Antigamente, na América, se um gato sentasse de costas para o fogo, os donos sabiam que viria uma onda de frio.
· Gato dormindo com as quatro patas escondidas debaixo do corpo, significa que um mal tempo está pra chegar.
· Algumas pessoas acreditam que os gatos podem ver o espectro da morte.
· Se você achar um pêlo branco num gato preto, terá boa sorte.
· Gatos tricolores podem ver o futuro e trazer o dom de sorte para uma criança.
· Os marinheiros acreditavam que, se um gato se lambe no sentido contrário ao pêlo, uma chuva de granizo estava a caminho. Se o gato espirrasse, choveria e se o gato pulasse, logo ventaria.
· No Antigo Egito, gatos sagrados eram mantidos em templos e constantemente observados por sacerdotes. Seus movimentos eram interpretados para saber o futuro.
· Antigamente na Pennsylvania, colocava-se um gato num berço vazio de um casal recém-casado, para garantir que teriam muitos filhos.
· Na Escandinávia, os gatos são símbolo de fertilidade.
· Era uma crença popular, no passado, que gatos poderiam começar tempestades, através da mágica de suas caudas. Por isso os marinheiros faziam o possível para que os gatos dos navios estivessem sempre bem alimentados e felizes.
· O Hindu acredita que o gato é o símbolo de nascimento de uma criança.


Maltratar um Gato

· Se você chutar um gato, terá reumatismo naquela perna.
· Se você for fazendeiro e matar um gato, seu gado morrerá misteriosamente.
· Se você afogar um gato, morrerá afogado também.
· Marinheiros acreditavam que era a garantia de terríveis tempestades e má sorte, caso se atirasse um gato ao mar.
· Acabar com, mesmo que apenas uma, das nove vidas de um gato, é ser perseguido por esse gato para o resto da vida.


Gatos e Sorte

· Crianças inglesas acreditavam que ver um gato branco a caminho da escola era sinal de problemas. Para evitá-los, elas tinham que cuspir ou dar meia volta, fazendo o sinal da cruz.
· Chaeles !, Rei da Inglaterra, possuia um gato preto que acreditava lhe trazer boa sorte. Ele tinha tanto medo de perder o gato, que mantinha-o sobre vigilância dia e noite. Um dia depois da morte do gato, ele foi preso.
· Um gato espirrando é bom presságio para quem ouvir.
· No folclore americano, sonhar com gato branco traz boa sorte.
· Na França, se acreditava que achando um pêlo branco num gato preto, a pessoa teria boa sorte para o resto da vida.
· Em Yorkshire, England, enquanto dá boa sorte possuir um gato preto, é extremamente de má sorte cruzar com um acidentalmente.
· No século 16, quem visitasse um lar inglês tinha sempre que beijar o gato da família, para trazer sorte.
· Mulheres de pescadores, mantinham um gato preto em casa para preveinir contra desastres no mar.


Encontros com Gatos

· Se um gato correr à frente de um marinheiro, no cais, acreditava-se que traria boa sorte. Se o gato cruzasse seu caminho, traria má sorte.
· Gatos eram mantidos nos navios para trazer boa sorte.
· Dá azar ver um gato branco à noite.
· Na Irlanda, se um gato preto, cruzasse o caminho de alguém, em noite de luar, era previsão de morte numa epidemia.
· Na França, há uma superstição de que cruzar um rio carregando um gato dá má sorte.
· Na Normandia, ver um gato tricolor predizia morte por acidente

Gatos e pessoas doentes ou morrendo

· Uma antiga simpatia para curar terçol, era esfregar o rabo de um gato preto nele.
· Na Transylvania, se um gato pulasse sobre um morto ele se torna ria um vampiro.
· No início do Cristianismo, se um gato sentasse sobre uma sepultura, era porque a alma do morto estava no inferno.
. Ver dois gatos brigando próximo a uma pessoa morrendo, ou na sua sepultura, logo após o enterro, significava que o demônio e os anjos lutavam por sua alma.
· No século 16, se um gato preto deitasse na cama de uma pessoa doente ele morreria. Também se acreditava que um gato não permanecia na mesma casa em que alguém estivesse para morrer. Se a gato de uma família se recusasse a ficar na casa, era um mau presságio.
· Os Escocêses acreditavam que se um gato entrasse no cômodo onde estivesse um morto, a próxima pessoa que tocasse o gato ficaria cega.
· Se a procissão de um funeral encontrasse um gato preto pelo caminho, era sinal de que outro membro da família do morto também morreria.
· A lenda de que os gatos têm 9 vidas, possivelmente surgiu devido ao número 9 significar 3 vezes a Trindade, o que significa sorte.
· Um provérbio Inglês diz: "Um gato possui 9 vidas. Com 3 ele brinca, 3 ele perde e com 3 ele fica."


Gatos e Vida Após a Morte

· No Japão existe uma lenda de uqe os gatos se tornam grandes espíritos quando morrem. No Budismo, o corpo de um gato é o local temporário de descanso da alma de pessoas espiritualmente elevadas.
· Algumas pessoas acreditam que os gatos possam fazer viagens astrais. Também acreditam que se um gato adotar você, ele ficará ao seu lado mesmo após a morte.


Gatos e Bruxas

· Uma lenda Escandinava dizia que uma deusa do amor e fertilidade, chamada Freya, tinha sua carruagem puxada por 2 gatos pretos. Depopis de servir Freya por 7 anos, os gatos se tornavam feiticeiras.
· Antigamente, dizia-se que bruxas se transformavam em gatos à noite.
· Folklore has it that if a witch becomes human, her black cat will no longer reside in her house.
· Na Idade Média os gatos foram associados ao demônio. Por serem noturnos e vagarem pela noite, acreditava-se que fossem sobrenaturais e servidores de bruxas, ou mesmo, as próprias bruxas. Em parte pelo movimento insinuante e pelos olhos que brilhavam no escuro, eles se tornaram a personificação do mal, da escuridão, do mistério, possuidores de poderes apavorantes. Qualquer coisa que de ruim que acontecesse, sempre era culpa de um gato.


Miscelânea

· Em tempos passados, a punição por um crime algumas vezes incluía a amputação da língua. A língua do condenado era dada aos animais do rei. Como se pode ver, existe uma verdade histórica na frase "O gato comeu sua lingua?"
· Gatos domésticos não são mencionados na Bíblia.
· De acordo com a lenda, os gatos foram criados quando a Arca de Noé ficou infestada de ratos. Noé ordenou que os leões espirrassem, e do espirro do leão se formou o gato.